100 Anos Vó Leopoldina Steffler

Uma despedida feita de amor, presença e memória.

Ela se chamava Leopoldina Steffler, e viveu quase um século com mãos de costureira e alma de mãe.

Viúva muito jovem, criou sozinha cinco filhos com trabalho, fé e amor incondicional. Seus pontos, costuras e silêncios ensinaram mais do que qualquer palavra. Foi força delicada — dessas que não gritam, mas sustentam tudo em volta.

Nos últimos dias de vida, minha vó já não falava, já não comia… mas ainda reagia às vozes da família, às músicas católicas que tanto amava, e aos toques suaves de quem sempre esteve por perto.
Mesmo em silêncio, ela estava presente. E nós também.

Essas fotos — feitas no hospital, no velório e no momento da despedida — não foram feitas por impulso, mas por intenção. Em preto e branco, com o coração pesado e as bênçãos da família, registrei o que talvez nunca fosse possível descrever.

Há dor. Há cansaço. Há lágrimas e abraços desesperados.
Mas há também união.
Todos os filhos estavam ali. Os netos, os bisnetos, as amigas da vida toda.
Estávamos inteiros — mesmo quebrados.

Essas imagens são o retrato de uma despedida dura, sim.
Mas acima de tudo, são um tributo.
À mulher que costurou sua própria história com coragem.
E que nos deixou o maior legado: a força do amor que permanece, mesmo depois que os olhos se fecham.